QUADRAS

Só existem duas escolhas na vida

A que você tomou e todas as demais.

Só saberás o resultado da escolhida

E não percas tempo olhando para trás

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Meus passos em falso

E os sapatos que calço

Não dizem quem sou

Mas sim quem os olhou

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Baixe o copo que te encharca

Esqueça o vício que te traga

Negue o prazer que te afaga

Que eu te mostro aonde chegar

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Quero dialogar com tua pele

Traduzir a língua dos corpos

Ouvir o subentendido da carne

Lamber o sabor dos sentidos

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Conheceste-me pedra e nos atritamos

O impacto arrancou um brilho de mim

E do indiferente bruto me revelastes luz

Ao chocar em ti enfim me conheci

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Na disputa entre o bem e o mal

Os dados definem a nossa sorte

Por mais profundo que seja o corte

O acaso do destino não será fatal

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No manto azul celeste que nos cobre

Repousam sublimes rochas

Leves como o ar

Suaves como algodão

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As palavras de ordem silenciaram

A verdade se tornou uma farsa

E nos enganamos para esquecer

Que a luta perdeu sua força

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A força indestrutível de minha fé

Está nos calos exausto do meu pé

Mas uma luz me enche de alegria

Ao se entregar nesta humilde Romaria

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Onde vai parar essa ansiedade?

O cansaço diante da ladeira

Como trem de frente a saudade

E a paz sempre a espera

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Até quando vamos aguentar

Tanta mentira tanta pobreza

Até quando vão se aproveitar

Do meu trabalho da minha reza

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Vou mergulhar

No seu olhar

Calmo mar

Que navega minha alma

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Meu amor não é romântico

Sua força atrai e arrasta

Só ao mesmo polo afasta

Tal sentimento magnético

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O que era meu

Cavei da terra

O que era teu

Caiu do céu

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A gata é minha, qual a tua?

Não vacila no bote

Não atende que é trote

Vê se erra minha rua

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Verbo divino se conjuga de joelho

Quero o perdão de nobre humilha

À ação maior de arrogância valha

Real predicado humano no espelho

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Germina mais um verso

De palavras escritas

E sensação indescritível

Ação que muito prezo

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Aquece meus pés com teus pés

Esqueces quem és e quem sou

Amar é demais para sermos banais

Banal é aquele que nunca amou

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Meus músculos cansados

Parecem jogados nos ossos

Como um lençol amassado

Depues de una noche a dos

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Temos a vida suspensa por um triz

No sopro de criação dos segundos

Nas ruínas das fortalezas do mundo

Na indecifrável busca por ser feliz

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A mais bela sinfonia

Testemunhar a vida

Vendo nascer o dia

Totalmente despida

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Comidas congeladas

Rimas profundas

São preparadas

No micro-ondas

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O sangue tem nome

É mangue e é fome

É sonho que some

Se boca não come

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O sorriso verdadeiro da criança

Sopro de pureza a se perder

Tempo locomotiva que avança

Senhor não me deixe esquecer

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Cortar a carne para chupar a seiva

Alimentar o bucho vazio do animal,

Caldo de cana adoça e conserva

A vida no verde labirinto Canavial

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O balanço das ondas na beira da praia

O rebolar da menina girando sua saia

O salgado do Mar na boca é uma delícia

O primeiro beijo despedida da inocência

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Pouco importava os joelhos em carne viva

E toda a tensão das fibras nos ombros

Se a alma se encontra sob escombros

Soterrada pelo amanhã que assombrava

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Mergulhados de cabeça

Sob milhões de pixels

Gotas do mar digital

Arrasta-nos correnteza

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O presente da juventude desvanece

Ignorar ou tentar lutar contra é impossível

Sabedoria é reconhecer que este véu

Fora empréstimo que não nos pertence

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Há um sabor especial poder regressar

Correr para os teus braços ao ver chegar

E toda distância e solidão enfim esquecer.

Te abraçar me dá um sentido de pertencer

Porque não me disse

Apenas sorrisse

Virasse as costas

E contasse as outras

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O destino são duas balas atiradas ao céu

Que se atingem sob a menor probabilidade

Muito além do acaso, capricho da realidade

Que subitamente nos revela o impossível

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Singelo o momento de contemplar o nascer

Do crepúsculo, onde ardendo o Sol se expos

Conservando nesse instante um envelhecer

De cinzas narradas pelo dia que não tem voz

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Na rua onde ela mora

É sempre meio-dia

Onde o Sol ali ardia

A carne que a ela espera

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Pisamos na Lua. Quem podia imaginar?

Sintetizamos a matéria e as verdades

Mas somos incapazes de controlar

Nossos próprios desejos e vontades

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Como bala perdida

Teus olhos me encontraram

Fui ferido no peito

Sangrando amor bandido

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Um mês talvez não seja demais

São apenas trinta dias nada mais

Mas quando são trinta e um rapaz

Penso no pequeno fevereiro

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Quem tem fome, come.

Quem tem sede, pede.

Quem tem grana, nobre.

Quem tá na lama, pobre.

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Sigo tomando ferro da vida

Repito o erro em seguida

Preso no beco sem saída

Minha voz em eco perdida

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Vou latir se não te reconhecer

Quero teu cheiro, toque e olhar

A distância parece nunca acabar

Vou festejar sempre que te ver

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Gosto de ver as coisas ao contrário

Detrás para frente de baixo para cima

Trago o arco e flecha do Sagitário

Meu alvo é sempre uma nova rima

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Quero desvendar a verdade

Descosturar o tecido da ilusão

Desafiar a farsa que nos ilude

E acolher a fragilizada razão

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Quem me dera não ter nome nem signo,

Que minhas raízes fossem os ventos termais

Subindo ao céu sem limites em espirais

Meu lugar no mundo seria o mundo todo

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Devo fazer as pazes com o mundo?

Ontem me olhou torto e proferiu desaforos

Mas pelo visto ele se arrependeu,

Hoje cedo presenteou-me com a aurora

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Que Deus abençoe tudo que soe ao coração

Faça uma melodia do improviso de cada dia

Se algo não serve passe com um sorriso breve

E não espere por nada, mas tudo comemore

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Límpido azul celestial

Apenas um dia bonito

Magnitude visual absoluta

Só uma noite estrelada

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Não dei valor a toda sua dedicação

Ingratidão é uma fraqueza que vicia

Carinho não se compra na farmácia

Para agradecer-te fiz-me em doação

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Em um beco sem saída

Na companhia de loucos

Comandava o Capitão

A mais pura ingenuidade

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Na Aldeia vivi criança

Sem medo do mato

Subindo no mais alto

Galho de esperança

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Inspire

E deixe

O invisível

Te nutrir

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Plena, a dadivosa Orquídea, sabe

esperar a hora certa de se mostrar.

Na Natureza tudo vai desabrochar,

ser sereno e paciente, só nos cabe

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A vejo pela tela

Tê-la pelo desejo

Vê-la só em pelo

Oh, bela Aquarela

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Encontrei no bolso

Alguns trocados

Papel de chiclete

E minha juventude

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Quando me pedires amor

Avisa quando queres ganhar

Pois, hoje estou sem nada,

Mas sei onde posso achar

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Balancei com o ar

Sentado no tempo

No nó da madeira

Testemunha ocular

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Uma sombra a mais

em face singular,

nem sequer um olhar

nesta voz de detrás.

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À noite, o reflexo da janela, olho.

Outro mundo obscuro... Insegurança.

A mão do medo me leva a dança.

No vidro exposto, meu ser transformo.

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Tinha medo dos grandes sapatos de laço

Da correria de lá pra cá desorientada

Do verdadeiro rosto coberto (pintado)

Tento me lembrar, se era de adulto ou palhaço.

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Não sinto o que sentes,

Pois meu senso é moído

Sou do quinto sentido

Já que o sexto é inerente.

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Droga que degola

A cabeça alucinada

Separa sendo cola

O humano da vida.

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Que linda imagem tua boca

O lábio abaixo, mar de enchente

Fez o horizonte ao tocar

O irmão acima, céu poente.

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Preto, roxo, azul marinho,

Vermelho, laranja, amarelo,

Verde, marrom e vinho,

O branco, porém, é mais belo.

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Não há som sem silêncio

Se morres, mas não calas

Como posso ter falas

Sem encontrar a demência?

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Da minha janela, nem em sonho,

O mundo eu vejo

Apenas o todo possível que preenche

O quadrado meu.

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Na beleza da forma

O prazer foi encontrado

Pelo toque do agrado

Na carne tão morna.

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O teu azedo cheiro não sai de mim

E não há de sair enquanto for assim

Asfixiante, primitivo, alucinante e vicioso

Não nos deixando esquecer o prazer do gozo.

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Se quando eu me for

Ao meu avô não encontrar

E tudo dele que em mim há

Punirei quem se diz o criador.

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Não chores pequena

Se a paixão não é tanta

O amor que em mim canta

É de origem serena.

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Do fogo que em mim arde

Fechou-se a porta do amor funesto

Presságio teve ao ser concreto

O prazer efêmero foi alívio tarde.

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Se não formos alma gêmea

É por não termos semelhança

Eu sou macho, tu eis fêmea

Sem o outro falta a essência.

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Amei até pensar saber

Conhecer a pessoa amada

Era certo ela me querer

Certo mesmo só o nada

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Na noite gótica

Se forma na retina

A ilusão ótica

Que o prazer domina.

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O poema surgi gótico

De seca fonte criação

Fez-se louco e caótico

Como a nossa geração.

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A visão é superestimada

Para mim não vale nada

Pois tenho tantos outros

Mais reais sentidos.

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A tiro do peito,

Paro. Preciso dela.

Limpo minha alma,

Gemo. Sou todo ela.

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Poeira estrelar

Proeza te amar

Porém teu olhar

Pôs-me a dormir.

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Caí em um feitiço

Talvez de Áquila

Eu era um lobo

E agora nada.

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Eu durmo, me perco

Acordo em um cerco

Preso a essa estranheza

Ou nada mais que incerteza

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Quartetos são como frases de amor

Puros, sinceros e muito intensos

A perfeita mistura entre flor e dor

A busca carnal para alcançar o imenso.

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O tempo voa,

Mas eu sei que a vida é boa

E também que a garoa

Chora por ver o dia passar

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Sou brasileiro de orgulho inibido

Meus valores nacionais foram encobertos

Até que o Sol ardeu nos meus olhos abertos

E enxerguei a pátria com sentimento esculpido.

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Escrevo palavras que não uso

Em frases que não digo

Elas são para mim um abrigo

Contra tudo que não ouso.

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O pico do meu brilho interior

Está na altura do puro viver

Saber que só é triste por querer

E ser feliz é a alquimia do pior.

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Só querem meu amor conquistado

Tal qual uma montanha vencida

Ó louca ideia distorcida,

Das mulheres que me tem amado.

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Flor, a esperar o beija-flor tocar

No suave toque de um beijo

Dos lábios ardendo de desejo

No doce prazer do mistério amar.

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O amargo gosto do teu segredo

Protege a instância que me deito

Imenso céu de delírio – leito

Onde, em prazer, extasia-se o medo

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Não me arrisco

A traçar um risco

Ou uma arte

Só para dar-te

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Meu romance por ela é uma farsa,

Mas sou eu o enganado

Por achar que ela não sabe nada,

Mas ela sabe e disfarça.

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O raciocínio da matéria é incompreensível

Ao espaço físico da lógica pessoal

A incessante variação do imutável

Deturpa o pensamento de uma alma cerebral.

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Dura alma calcário

Nessa terra de sempre

Dessa gente que mente

Este conto vigário.

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Acabaram-se os motivos que levam a escrever

O fim da novidade só deixou a evolução

Que só desenvolve traços antigos de ser

E atrofia a incalculável beleza da criação.

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A vida é acordar antes que cedo

E dormir já que é tarde

Consumido pelo mesmo medo

Que cega, esfria, visa e arde.

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Seja minha entrega uma certeza

Seja o que quiser que seja

Seja belo, místico e quieto

Seja os elementos de uma igreja.

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Sinto-me vivo

Graças a pulsação

Não a ela

Que me causa hipertensão.

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Diz que queres ao menos

As flores que te dei

Diz que vais guardá-las

Mesmo murchas e velhas.

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Eu busco trabalhar palavras sempre atrasadas no papel

Só conhecidas no final do dia por um desequilíbrio qualquer

Retorceu-se a Terra, os olhos e sequer uma gota molhou o véu

Apagou a luz, fechou a porta e por fim soltou a poesia para me comer.

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Procedo como ser poético,

Mas não conheço a gramática

Minha poesia é ingênua e estática

Meu verso é correto e empírico.

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Na areia, descalço, sinto as ondas do mar morrerem;

À noite, sozinho, escuto as luzes gritarem por mim;

Ontem, deitado, fiz com que todos me ouvissem;

Hoje, parado, vi a voz da morte anunciar meu fim.

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Sempre que me olho no espelho pergunto:

- Por que você não ousa refletir a verdade?

- Não sou eu este senhor de idade!

Mas ele apenas sorri e muda de assunto.

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Dúvidas e incertezas me cobrem inteiro

E não encontro saídas para esse drama

Mas quando chega a noite e me retiro

Faço delas o cobertor da minha cama.

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Ela veio andando lentamente pela calçada

Não existia insegurança no seu andar de mulher

Mesmo assim tive medo em não dizer nada

E perder para sempre a mulher que eu desejava ter.

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Havia uma inquietude na noite

Ninguém sabia ao certo porque

Sabia-se apenas a força do açoite

E que próxima estava a morte.

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Duas palavras são suas essências

Nuas nas cobertas que lhes cobrem

Do que de imperfeito foram às vias

Para extinguir a dor dos que sofrem.

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E tudo enfim acaba por assim dizer,

Mas que podemos vencer o esquecer

Se conseguirmos de nós algo criar

E aprendermos que viemos pra somar.

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Vi a inércia que o calor me causa

Queimar meu corpo como brasa

Derretendo-me e me deixando mole

Como se me embriagasse a cada gole.

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Nem mesmo o escaldante inferno

É capaz de acabar com o gelo e frio

Que pelas minhas veias me consumiu

Fazendo o quente parecer inverno.

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Por oposição o Norte e o Sul se tornam um

Buscando nas diferenças algo em comum

Que é arder, arder e arder até que se renda

E volte às cinzas para servir de oferenda.

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Nunca tive a pretensão de parar o tempo

Queria parar as nuvens apenas por um momento

Para admirar a leveza com que flutuam ao vento

E devorá-las como algodão doce.

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A visão do teu corpo pode me deixar embriagado de paixão,

Mas é o toque da minha carne em tua carne que me arde,

Que me deixa leve e me cega, que me enche de luz e razão.

E só me resta desejar que o momento desse choque não tarde.

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Não quero falar que pra sempre vou te amar

Amo-te agora e em cada instante dessa hora

E sinto que em meu peito já não demora

Um novo agora que sempre renove meu amar.

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E mesmo que o destino me mande embora

Não deixarei contigo uma reles promessa

Mas esse momento de agora que não cessa

Pois o meu amor em seu coração mora.

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É concreto, evidente, seguro e consistente

Que ao final da viagem só há uma luz

Oculta e sombria que a nada conduz,

Mas que enfim liberta, ao sonho, a mente

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A queda é preto e branco em harmonia

O vazio da ausência rege paz e leveza,

E em segundos rouba tudo que sentia,

Pois existe sempre um fim com certeza.

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Pretendo antes de morrer construir um castelo

Com muros de pedra, torres altas e um lindo jardim

Para que ele seja lembrado mesmo depois do fim

E guarde para sempre as histórias do príncipe Belo.

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Existe um lugar secreto, misterioso e belo

Aonde nada é o que parece, mas tudo existe

Infelizmente ninguém irá jamais conhecê-lo

Até que um dia ele desapareça de forma triste.

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O que te faz me amar?

Meu sorriso, meu olhar.

Ou o jeito que seguro

A sua mão no escuro?

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Eu disse a palavra errada

Entre tantas a escolher

Eu precisava te responder

Mas devia não ter dito nada.

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Existe uma sinceridade nas ruas

Estampada no rosto de cada um

Que nunca foram reconhecidas

Nem jamais vistas em lugar algum

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Tão luxuosos eram os banquetes do Rei

Tanta comida e tantos empregados a servir

O salão repleto de casais a dançar e sorrir

E os desperdícios eram aprovados por lei.

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As ondas se espalhavam sobre a areia da praia

Como se passasse manteiga no pedaço de pão

E as forças da natureza vão temperando o dia

Preparando um banquete sem comparação.

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Olhei para os olhos tristes da minha mãe quando faltou água

Não sabíamos o que fazer, por isso rezamos até cansarmos.

Descobrimos que Deus não resolveria os problemas que tínhamos

Sorrimos o quanto pudemos para afugentar dela sua mágoa.

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Tola, burra e ignorante a juventude é atualmente

Não sabem que guardam a vitalidade de todos

E vivem se enganando a cada dia como tolos

Sonhando com aquilo que não são no presente.

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Leva contigo minha memória

Não me deixes lembrança

Já não me resta esperança

De reviver nossa história.

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A polícia não segue as pessoas certas

Olham com cautela quem quer liberdade

Reprimem a bebida aos menores de idade

E esperam sempre receber ajuda delas.

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Da minha terra nunca conheci a lama

Muito menos a história por cima dela

Cresci com forte desejo de entendê-la,

Por isso vou melar-me de corpo e alma.

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Quanta fraqueza no seu pensamento

Tens no mundo a força que precisas

E carregas dentro de si fortalezas

Que te protegerão a todo o momento.

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Nosso amor morreu de ciúme

Nem mentiras, nem ausência.

A realidade não nos pertencia

Apenas a dúvida nos resume.

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Molhei minha mão nas águas do rio

Para sentir a força que o levava

Ir com ele era o que mais desejava

Para afogar, enfim, todo meu vazio.

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Mesmo sem falar comigo me apaixonei

Ele podia traduzir tão bem o que sentia

Não havia palavras, mas sabia o que queria

E para cada nota sua, uma lágrima chorei.

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Existem infinitas possibilidades no seu universo insano

A sua expressão imprime um sentimento cromático

Apesar das harmonias o seu tom é apocalíptico

Nada exprime tão bem vida e morte feito um piano.

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Onde está a beleza que não se sabia?

Incompreensível aos olhos estéreis,

Mas concernente de todos os seres.

Ela habita livre no universo da simetria!

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A doença consome a cada dia

A matéria de um corpo débil

E o seu pensamento infértil,

Mas a causa não se sabia.

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Quantos mistérios esconde a Dama da noite!

Seu perfume embriagante, volúpia de odores

Suas paixões ardentes, verdadeiros amores

Só peço ao Sol para que ele não se levante.

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Diga-me uma palavra de apoio e te darei minha mão

Diminua minhas conquistas e te mostrarei quem sou

Tenho o bem e o mal que sempre comigo estão

Mas depende de você decidir se serei bom ou...

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Já não durmo há dias

Tamanha a realidade

Além da falta de vontade

Em acordar enquanto dormia.

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Cada gole que dei a mais

Foram passos pequenos

Foram memórias a menos

Fiz minha vida andar pra trás.

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Por não saber o que dizer

Disse algo sem querer

Mas a palavra pronunciada

Não podia ser retirada.

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Ao deitar sozinho na escuridão

Meu coração bate acelerado

Devido ao possível inacabado

Que antecede minha oração.

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Que desejo é esse que sinto sem saber?

Algo incontrolável que a razão não domina

Ser consumido por esse instinto é minha sina

E enfim morrer desejando viver, viver e viver.

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Sorriu-me uma linda garotinha

Tão pura ainda longe do dia

Em que a triste pobre flor viria

A despetalar-se sozinha.

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Porque a nudez nos envergonha

Decidimos cobrir nossos corpos

Nos tornando cabides armados.

Que belo exemplo de barganha!

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Todos os dias, observo o preconceito

E quão forte ele é ao se esconder

Por detrás dos olhos e enfim crescer

Com mais impiedade dentro do peito.

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O mar declara seu amor à praia

Com o quebrar de suas ondas

Que fazem espumas de carícias

Jorrando sal como sangue na veia.

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Falta apenas mais um pra ficar completo

E este último se tornará o mais importante,

Pois guarda a verdade mais sufocante

Em que não existe mérito ao imperfeito.

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Gostaria de saber o que está acontecendo

Com minha vida e com este louco mundo,

Que se torna mais estranho a cada segundo,

Mas sobrevivo fingindo a todos que entendo.

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Ah se as palavras fossem eloquentes como o olhar

Que guarda mistérios e nunca se torna prático

Pois a ele tudo é possível na imensidão do sonhar

Onde não existem limites impostos pelo gramático.

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A fortaleza dos meus ombros

Suporta-se apenas pela base,

Que esteia e forma minha crase,

Mas que se encontra em escombros.

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Se eu tenho dúvidas quanto à vontade divina

Não é por negar a existência do ser maior,

Mas por temer os caprichos da sua sina

E o maculado talento em prol do louvor.

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Concentre-se em tudo que semeia

Buscando colher sempre belos frutos

Para que não descubras na hora do luto

Que a vida escorre pelas mãos feito areia.

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Ferida que sangra

Destruindo a regra

Em vermelhas rimas

Afogadas de lágrimas.

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O primeiro gemido,

A instintiva procura,

A nascente loucura,

Do negado pedido.

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Seja bom para si próprio

Não importa o óbvio.

Nem se deixe enganar

Com vestimenta vulgar.

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Os segundos parecem me seguir sempre que me escondo,

Pois sabem que fujo deles com medo óbvio de seu apetite

Infalível, devorador e impiedoso, impondo a todos, seu limite.

E por mais que eu fuja do ensejo eles insistem procurando.

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A única beleza inquestionável da vida

É a pluralidade em toda sua extensão

Feliz daquele que tiver suficiente visão

Para enxergar os esconderijos de cada.

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Penso, e não só por isso existo.

As ideias habitam o desconhecido.

Mas é o suor que a cada dia invisto

A maior prova de que terei vivido.

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Não há nada de errado em ser comum,

Contanto que desta forma decidas ser.

Nada é mais insignificante de se ver

Que a incerteza o resumir a qualquer um.

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Por você quero ser tudo e todos.

Para tanto, já dei flores e diamantes

E até um pé de cabra de presente.

Pois, assim particular é meu modo

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Quem pode explicar nossa loucura?

Quando toda razão que há na superfície

É apenas um disfarce para a tortura

Sofrida pela alma que se negligencie.

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Me lanço

De olhos abertos

Alcanço

Limites incertos